segunda-feira, 8 de julho de 2013

Queijos e Vinhos

Queijos e Vinhos

Foram os franceses (região de Provence) os primeiros que se tem conhecimento em apreciarem este fantástico casamento entre o queijo e o vinho. Obviamente alguns povos já o consumiam em suas mesas, porém foi mais especificamente na França que este hábito se tornou uma arte. "Para vender vinho, sirva queijo" era o ditado das vinículas francesas.

Perfeitos quando combinados corretamente ou um desastre gastronômico quando não, criou-se um mito sobre o assunto conforme atesta a especialista Joanna Simon, autora do livro "Vinho e Comida" (Companhia das Letras).
"A idéia de que vinho e queijo são pares perfeitos é mito. O queijo é um dos alimentos mais problemáticos para a combinação com o vinho", resume a especialista em enogastronomia (arte de combinar comida e vinho).

A dificuldade na combinação provém das características conflitantes entre os dois alimentos. O queijo tem sabor forte e, em geral, é gorduroso. Além disso, é salgado e pode ser ácido. E, em  alguns casos, como no do brie, apresenta uma textura que "reveste" a língua, dificultando a degustação.

Já os vinhos podem ficar mais amargos no contato com o sal e têm seu sabor recoberto, se não forem tão ácidos quanto o queijo.

Algumas parcerias, porém, superam o problema, seja por oposição de sabores, seja por aproximação. É o caso do salgado queijo roquefort com o doce vinho Sauternes ou do ácido chèvre com o também ácido vinho Sancerre.

Como essas são exceções, algumas regras gerais ajudam na escolha. Os vinhos brancos doces costumam fazer mais sucesso que os brancos secos. E os brancos secos se saem melhor que os tintos secos.

Quanto aos queijos, tipos menos picantes, como emmental, gruyère e gouda, costumam agradar a gregos e troianos. Em suma, um branco doce e queijos pouco condimentados funcionam bem.

Abaixo sugerimos algumas dicas de como organizar uma mesa corretamente, escolher os queijos e respectivos vinhos, calcular o consumo médio por pessoa, custos e principalmente...combinar estes dois produtos!

A Mesa

O primeiro passo é escolher ao menos 5 tipos diferentes de queijo, que devem ir do suave ao mais picante. Acomode-os em bandejas por toda a mesa, sem entretanto cortá-los ou fatiá-los. Disponibilize pratos, garfos e facas de sobremesa. Como sugestão para as variedades você poderia compor sua mesa com:

15% de queijos de mofo branco, como o Camembert, o Brie e o Chamois D'Or.

15% de queijos de mofo azul, como o Gorgonzola, o Chamois Bleu, o Crem'Azur e o Roquefort.

20% de queijos tipo suíços, como o Gruyère, o Fol Epi e o Maasdamer.

25% de queijos suaves, como o Gouda, o Itálico, o Saint Paulin, o Lou Palou e o Emmenthal.

15% de queijos de sabor forte, como o Port Salut, o Parmesão, o Chavroux, o Provolone, o Cheddar e o Limberger.

10% de queijos cremosos com sabores especiais, como o Rambol nas versões Saumon, Fines Herbes, Provençale, Noix e Poivre Vert.

Coloque os queijos sobre tábuas ou suportes de madeira e cada uma com sua faca, para não confundir aromas e sabores.

Maçã vermelha é ótima parceira para o queijo Brie, Já a maçã verde, ressalta o sabor do Camembert. As uvas dedo-de-dama combinam com todos os queijos. A pêra faz um ótimo contraponto com o Gorgonzola. E o salsão e a água são perfeitos para limpar o paladar entre um queijo e outro.
Evite provolone e o Parmesão, porque elas possuem sabores muito fortes que se sobrepõem aos demais.

Não se deve servir os queijos em cubinhos. Queijos pequenos, como camembert e brie, são servidos com o corte "insinuado", isto é, com o primeiro corte feito e a fatia próxima da fôrma. Evite cortar queijos diferentes com a mesma faca.
Mozarela, queijo prato e queijo de minas não são elegantes para festas que são de tábuas de queijo e vinhos, Queijos fortes como provolone e parmesão inibem o sabor dos vinhos.

Reserve também cestas com pães pequenos e diferentes (tipo italiano, alemão, francês, centeio, com nozes), sempre inteiros, e uma charcuterie com iguarias picantes, como alho, pimenta, cebola e manteigas com ingredientes do tipo anchovas e caviar. Galheteiros com páprica, cominho e pó de alho também são bem-vindos.

Para ser criativo você pode fazer bandeirolas dos países em palitos para identificar os queijos na tábua.

A regra clássica
A harmonização de queijos e vinhos é tradicional e, por ser um produto isolado, sua combinação pode parecer mais fácil. Mas não se engane, principalmente quanto aosqueijos fortes, que geralmente matam os vinhos. Vamos nos ater a certas regrinhas básicas, e aos princípios das combinações, que seguem textura e sabor:

Quanto mais duro for o queijo (parmesão, por exemplo), mais tânico pode ser o vinho. As uvas são suficientemente robustas para não perder a estrutura.

Quanto mais cremoso o queijo, mais acidez o vinho deve conter.

Vinhos doces ou generosos (tais como Sauternes, Porto ou Madeira) acompanham bem os queijos azuis, pois equilibram a pungência destes: o Roquefort cai bem com Sauternes, o inglês Stilton faz combinação clássica com o Porto e o gorgonzola combina com tintos potentes.

Queijos frescos e sem casca, como os cremosos, o mascarpone ou a mozarela pedem vinhos brancos leves

Vinhos tintos de classe e mesmo brancos parecem insinuar sua adequação com queijos macios, de casca rica, como Cammembert, Brie e Gouda, desde que não muito curados.

Os queijos mais suaves, do tipo Emmenthal e Gruyère, aceitam vinhos tintos pouco tânicos, suaves.

Vinhos brancos leves e aromáticos combinam com queijos de massa mole, tais como os frescos de cabra e a ricota. Você pode combiná-los com um Chardonnay, por exemplo.
 (Riesling ou Chardonnay), rosés ou tintos jovens e frescos, como o Beaujolais francês e o italiano Bardolino.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Conservação do Vinho

Conservação do Vinho

CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA ADEGA

Temperatura: 12 a 18o C
Umidade: moderada (50 a 70%)
Arejamento: moderado
Luminosidade: mínima
Vibração: mínima
Localização: que atenda a todos itens
CUIDADOS COM AS GARRAFAS

Posição: deitadas ou de cabeça para baixo
Disposição: brancos e jovens abaixo; de guarda acima
Manutenção: rótulo, cápsula e rolha
Identificação: rótulo de garrafa ou de pateleira - eventualmente numeradas
Registro: ficha com nome, origem, safra, características degustativas (visuais, olfatórias e gustativas), data, local de compra e preço, local de degustação e companhia(s)
ADEGAS CLIMATIZADAS

Para a correta conservação do ambiente propício à guarda de vinhos, existem à venda armários especiais, sob forma de móveis para a decoração ou para embutir em vãos de casas ou apartamentos. Estas adegas são armários climatizados especialmente desenhados para esta finalidade, permitindo a conservação correta de um grande número de garrafas em pequenos espaços, distribuídas em gavetas ou prateleiras de fácil manuseio.A maioria delas é importada, podendo chegar a preços elevados conforme o tipo, tamanho e recursos oferecidos.
No Brasil várias empresas comercializam adegas climatizadas para vinhos. A maioria vende móveis (tipo geladeira / armário para 60 a 300 garrafas) ideais para apartamentos. Outras vendem aparelhos de refrigeração (tipo ar condicionado para ser instalado em um cômodo da casa) com potência suficiente para climatizar espaços de 700 a 10 mil garrafas. Projetos especiais são recomendados para se criar uma adega em sua residência, e o ideal é planejar antes de construir, para adequar os equipamentos e a isolação térmica à obra.
O TEMPO MÁXIMO DE GUARDA
O tempo máximo de guarda de um vinho não deve ser o tempo máximo que ele suporta antes de se deteriorar (tempo de vida), mas sim o tempo em que ele ainda está na plenitude de suas características, de sua tipicidade. O ideal é tomá-lo no seu apogeu.
Os tempos aqui mencionados são valores médios aproximados e podem variar dependendo das condições climáticas e do solo da safra, bem como das condições de guarda do vinho.
ATÉ 1 ANO:
Beaujolais nouveau ou primeur
(A rigor, esse vinho mantém a sua tipicidade, pleno aroma e sabor frutado até cerca de 6 meses)
ATÉ 2 ANOS:
A maioria dos brancos e alguns tintos brasileiros
Beaujolais genéricos e vinhos verdes portugueses
ATÉ 3 ANOS:
Alguns tintos e brancos europeus (Valpolicella, Chianti comum, Frascati, Lambrusco, etc.)
A maioria dos tintos e alguns brancos brasileiros
Espumantes brasileiros
Rosados
ATÉ 4 ANOS:
A maioria dos brancos europeus
Os melhores tintos brasileiros
ATÉ 7 ANOS:
A maioria dos bons tintos europeus
Alguns dos melhores tintos brasileiros
Champagnes não safrados
ATÉ 10 ANOS:
Champagnes millesimés (datados)
Alguns grandes brancos europeus (Auslese, Bourgogne, Alsace, Rioja, etc.)
ATÉ 15 ANOS:
Alguns grandes tintos europeus (Bordeaux, Bourgogne, Rioja e Douro, etc.)
ATÉ 25 ANOS:
Alguns grandes europeus tintos (Bordeaux, Bourgogne, Barolo, etc.) e brancos (Sauternes, Beerenauslese,Trockenbeerenauslese, Tokay, etc.)
ATÉ 50 ANOS OU MAIS:
Vinhos fortificados (Porto, principalmente os "vintage", Madeira, Jerez, etc.) e as safras excepcionais dos grandes tintos e brancos europeus

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Consumo de Vinho no Brasil e no Mundo.

O consumo de vinho no Brasil e no mundo

Este post foi publicado em Outros em 15 de maio de 2013 por .
O consumo de vinho no Brasil e no mundo
Para os brasileiros o vinho passou do paladar adocicado para aromas mais bem elaborados, nos últimos 15 anos. Já para o velho mundo e até mesmo os países como Chile e Argentina, essa descoberta ocorreu bem antes, ou melhor, para a Europa, ocorreu há muitos séculos.
O brasileiro começou a se interessar pelo vinho em meados dos anos 90, quando o governo Collor, abriu as portas do país para a importação.  A partir daí nosso mercado cresceu e foi dominado pelo Chile e Argentina, beneficiados pelas tarifas alfandegárias preferenciais do MERCOSUL, por um custo menor na origem. Com isso, o Brasil passou a comprar mais vinhos e descobrir esse universo. O Brasil por sua vez, não ficou pra trás e buscou investir em tecnologia na produção dos seus vinhos. Enquanto isso, os europeus trataram de entrar no Brasil, conquistando os paladares.
Dados recentes divulgados pela Wine Inteligence, apontam que cerca de 94% da população no país com idades entre 18 e 59 anos, consomem vinhos importados entre uma a duas vezes por ano, pelo menos, com uma preferência especial pelos tintos. É claro, que se você parar para pensar, isso não é nada perto dos países europeus e tradicionalmente produtores há séculos. Mas pelo menos já nos coloca, num pequeno ponto do mapa.
Na última Vinexpo que aconteceu em 2011, em Bordeaux, na França, foi apresentado um estudo interessante sobre o consumo entre os países. A França, por sua vez, liderou seguida pela Itália, Portugal, Suíça e Dinamarca.
Embora os franceses continuem sendo os principais coadjuvantes desse mercado em consumo, eles têm enfrentado declínios nos últimos anos. O ato se deve em parte a crise econômica no velho mundo, a atração entre os jovens em experimentar novas bebidas e a questão do tempo, já que os franceses tem passada cada vez menos tempo à mesa.
Mas se a França enfrenta baixas, países como Rússia, Índia e China e Brasil, bebem cada vez mais vinhos. De acordo com dados realizados pela Euromonitor, esses países tem aumentado consideravelmente seu consumo. A Rússia aumentou em 4,7% seu volume em 2011, já a Índia, apresentou um crescimento de 5% no mesmo ano e a China, ah. .essa nem se fala: é a pupila dos produtores europeus, que impulsionou um aumento no país de 15,53 milhões de hectolitros de vinhos consumidos em 2011.
O Brasil experimentou um crescimento líquido em 2011 de consumo de vinhos (15% em relação a 2010).